A Geomedicina desenvolve uma abordagem do ambiente considerado como a interação da Geologia (solo, subsolo, água, sedimentos, movimentos tectônicos e outros processos geológicos) com a Biologia, incluindo a ocupação humana (poluindo e modificando a matriz geológica original).
Grande parte da poluição ambiental atual envolve a presença de metais, tanto por sua ocorrência natural em rochas e solos de determinadas localidades, quanto por ação antropogênica, aumentando sua concentração no ambiente. Alguns elementos (como Ca, K, Na, Cr, Cu, Fé, Mg, Mn, Zn, Se, I, entre outros) são considerados essenciais ao ser humano e outros organismos, por participam de alguma forma de processos metabólicos normais, como constituinte de moléculas de enzimas ou proteínas ou como cofatores em processo enzimáticos de biotransformação normais do organismo. Outros elementos (como Pb, As, Hg, Cd e Al) são considerados não essenciais e, como tal, com potencial biológico de produzir efeitos deletérios no organismo, mesmo em baixas concentrações. Exposição aguda a altas concentrações desses elementos causam efeitos tóxicos graves podendo levar à morte. Exposição crônica a baixas concentrações podem também levar ao aparecimento de efeitos tóxicos, com alterações orgânicas nos sistemas renal, nervoso e reprodutivo, no fígado, no coração, na medula óssea e glândulas endócrinas em geral.
A Ecotoxicologia é uma extensão da toxicologia geral que estuda destino e efeitos de substâncias químicas num ecossistema e como potencialmente afetam indivíduos, populações, comunidades e ecossistemas. Ela baseia-se em diagnósticos da contaminação do ambiente desenvolvidos a partir dos conceitos de geoquímica ambiental e exige conhecimentos da toxicologia geral e da ecologia geral, com auxílio da biologia, pois além de avaliações de risco e estudos epidemiológicos das populações humanas expostas, necessita avaliar também o impacto da contaminação ambiental em outros seres vivos.
Já a Geomedicina ou Geologia Médica reúne conhecimentos e estudos sobre ocorrências, em áreas naturais, de excesso ou deficiência de determinados elementos e sua relação com a incidência de doenças endêmicas locais (por exemplo, bócio endêmico por deficiência de iodo em áreas do interior do Brasil, fluorose dentária e óssea por excesso de fluoretos em água potável). Atualmente, estuda situações de contaminação de ecossistemas levando em consideração tanto as condições naturais da matriz geológica quanto o reconhecimento da relação entre doenças e poluição antropogênica em condições geológicas transformadas pela sociedade humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário